Portugal está numa trajetória de recuperação económica que se espera sólida e consistente. Depois de uma crise com contornos e dimensões históricas (a atividade decresceu mais de 8% em 2020), a economia portuguesa deverá alcançar os níveis pré-pandemia durante o próximo ano.
Economia portuguesa está a recuperar de forma rápida
Se por um lado a economia portuguesa – à semelhança do resto da Europa – foi fortemente afetada pela pandemia, por outro, as perspetivas de crescimento são otimistas.
Uma das características desta crise foi a forma diferenciada como afetou os vários setores de atividade. De facto, em alguns segmentos já se ultrapassaram os níveis pré-pandemia e há dinâmicas muito positivas que auguram boas evoluções futuras. Por exemplo, as exportações de mercadorias já superam níveis de 2019 e as empresas portuguesas têm ganho quota de mercado, sinal de reforço da competitividade externa.
Desafios e oportunidades de crescimento da economia portuguesa
É certo que o impacto significativo da pandemia na economia portuguesa, nos empregos ou rendimentos é incontestável e há ainda que contar com potenciais impactos dos estrangulamentos das cadeias de oferta, que já limitam a atividade de alguns parceiros europeus. Os riscos continuam a existir, associados à pandemia, mas também existe outra certeza: esses riscos já estão atenuados.
Num panorama global, onde tudo está somado, as perspetivas são positivas, de crescimento sustentado e equilibrado.
A médio prazo, e no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), há ainda que contar com um impulso único, uma oportunidade para reforçar o crescimento potencial, designadamente aplicando de forma eficiente os fundos europeus – Next Generation EU, (13,9 mil milhões de euros, ou seja, 6.5% do PIB, sendo mais de metade programados para 2022 e 2023), que pretendem aumentar a resiliência da economia, apoiar a transição verde e a digitalização.
O Plano de Recuperação e Resiliência: o que é?
Trata-se de um programa de aplicação nacional, com um período de execução excecional até 2026, que vai implementar um conjunto de reformas e de investimentos destinados a repor o crescimento sustentado da economia portuguesa. Simultaneamente, o PRR visa reforçar o objetivo de convergência com a Europa ao longo da próxima década.
O PRR é um plano de investimentos para todos os portugueses e está assente em três dimensões estruturantes: Resiliência; Transição Climática e Transição Digital.
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Sobre o autor
Paula Carvalho | Economista-Chefe do Banco BPI
Licenciatura em Economia e pós-graduação em Gestão – MBA (Master in Business Administration) pela Universidade Nova de Lisboa. Desde 2013, é responsável pelo Departamento de Estudos Económicos do BPI, monitorando em particular a economia portuguesa e os mercados financeiros. No âmbito da sua função, participa na definição da estratégia do Banco e também na elaboração de exercícios de planeamento e regulação.